sábado, 26 de fevereiro de 2011

Terceiro Encontro com os cursistas do Gestar

 Relatório do 3º encontro

Olá, turma...
Mais uma semana e estamos iniciando a Unidade 2 do TP1.
Agora o assunto gira em torno de Variantes Linguísticas:Como desfazer equívocos?
Problematização:
O que é norma culta?
O que é norma?
O que é cultura?
Um novo conceito: norma-padrão
Quais são as características da norma padrão do Português Brasileiro? 
Fizemos uma leitura aprofundada e debate sobre os textos teóricos das páginas referentes à Seção 1, em que o excesso de se trabalhar, explorar ou utilizar a língua padrão possa dificultar ou até mesmo deixar de configurar o ensino de língua portuguesa como efetivo ensino-aprendizagem.
Para ilustrar esse excesso de gramática, foi utilizado um vídeo intitulado "Motivação Carrapicho", como se toda a variedade encontrada na escola fosse como um carrapicho que cola na língua e a gramática é a única forma de "limpar"esse carrapicho.
Concluimos que cumprir o trabalho de se ensinar Língua Portuguesa, baseando-se somente na Gramática Normativa não ajuda o aluno a compreender  e produzir os diferentes gêneros textuais para as mais diversas situações de uso da língua. O resultado de uma gramática excessiva é a diminuição de possibilidades de o aluno interagir com o mundo e suas constantes transformações.(Slide:As nossas escolhas)
Estudo do gênero informativo através do texto  "Por que seus pais estão se divorciando" de John Kalb e David M. D. Viscott,em que a norma-padrão fica evidente ,embora não haja rebuscamentos.
Outro gênero retratando o subtema "Família / divórcio" com a exploração do gênero "História em quadrinhos (Menino Maluquinho) faz uso da norma-padrão de maneira acessível e descomprometida com exageros.
Problematização:
O que é licença poética?
O que é estilo?
Como trabalhar a distinção entre erro e efeito estilístico?
Como abandonar a noção de erro?
Na Seção 2 ,discutimos sobre o texto literário com o "Caso do vestido" de Carlos Drummond de Andrade e verificamos que o gênero pode e deve ser veículo de variações e não somente fonte de norma-padrão.Com a leitura dramatizada, fica evidente uma aproximação com a Literatura de Cordel,numa linguagem menos amarrada .Verifica-se o aparecimento de variações diacrônicas e diatópicas.É uma narrativa sem forma de narrativa,com drama inicial, o desnvolvimento com a luta pela felicidade e um desfecho com a amostra de que o machismo ainda permanece e a sociedade patriarcal ainda veste muitas famílias.
Nosso encontro tornou-se mais vivo com o estudo do filme sugerido pelo Avançando na Prática da página 36 - O bem-amado...
Nosso debate ficou para o próximo encontro e temos muito a observar.
Exemplo disso:


O bem- amado(descobrindo a parte submersa do iceberg)
*Influências na história política real:
*Exemplo de falta de registro formal(típico em algumas regiões):
*Variação  a  respeito do sexo do falante:
*Variação Diatópica:
*Variação Diacrônica:
*Variação Diastrática:
*Variação Diamésica:
*Elementos que constroem fatos da linguagem=
a-Neologismos:
b-Estrangeirismos:
c-Comparação:
d-Humor:
*Qual a relação entre moral X política e língua padrão X não padrão?
*O que Odorico tinha em comum com o governo de Jango?
*O que o ex-prefeito tinha em comum com a morte de Jânio Quadros?
*O que se entende quando , no 1º enterro ,no início do filme, a música faz referência a uma passagem da Canção do Exílio?
*O que significa a bandeira encobrindo uma nudez?
*O que tem a ver o fato de a cidade ter um cemitério com covas tão pequenas para os defuntos (crítica a algo tipicamente nordestino) ?
*Que alusão se fez presente entre o pronunciamento “Morte ou Morte”com a história do Brasil?

Objetivo:O que chama a atenção de cada cursista para o trabalho em sala de aula? Seja relativo à gramática ou ao tema variação,ou até mesmo à manipulação da língua com instrumento de persuasão...

Até a próxima!!!




Segundo Encontro com os cursistas

Relatório do término da Unidade 1 do TP1

Olá, pessoal!
Mais um encontro acontece e é chegado o momento de retomar nossas discussões e nos envolver em termos mais técnicos de nosso tema :Variedade linguística.
Para demonstrar mais uma vez o caráter dinâmico de ser professor de Português, foi passado o slide "Apenas para os fortes", cujo contexto se inspirava na busca contante de força e inovação ,sabendo titar proveito dos erros e/ou insatisfações geradas em qualquer profissão.Uma mensagem muito interessante sobre "Abraçar o novo" também nos proporcionou melhor aproveitamento.
Passamos então para a Seção 3: Os registros do Português.
Com uma leitura dramatizada do texto de relatos "Conta de novo a história da noite em que nasci" de Jamie-Lee Curtis,exploramos tanto a variação etária quanto a de gênero.
Ficou clara a importância de se trabalhar  a oralidade em caráter de dramatização , em que a emoção fica evidenciada e as variações mais facilmente percebidas.
Para formalizar essa variação de gênero, tão percebida não somente na fala , como também em toda e qualquer manifestação  cultural,uma crônica do ilustre professor José Antônio,cronista do jornal Folha das Vertentes foi muitíssimo elogiada :


Situação diferente para quem sempre foi acostumado a ter presidentes homens e homens presidentes. É aquela galeria de retratos de machos com ar distinto, todos com uma faixa diagonal cruzando o peito.
  No meio de tantos probos enfaixados, uma porção de pais: Pai dos Pobres, Pai do Real, Pai da Nova República, Pai dos Descamisados... sempre o pai. O resultado disso é que o país sempre se viu numa situação de duplo recalque: de um lado, o pai castrador; de outro, a mãe ausente.
   Aceitar a presença de um pai castrador, isso Freud explica e a gente aplica. Agora, aceitar que o país não tem mãe?! Como conviver com a sensação esquizofrênica de um Brasil desmamado e ao mesmo tempo mamado, de um Brasil sem tetas, mas com uma infinidade de tretas?
   Acredito que o Brasil vem suprindo a sua carência materna elegendo outras mães: Mãe de Santo, Mãe Dágua, Mãe Menininha... Será que somos fruto do cruzamento de alguma dessas mães com algum daqueles pais de faixa? Talvez. Você já viu como tem faixa nesse país? Faixa preta, faixa de trânsito, faixa do rádio, faixa etária, faixa de cabelo... É o lado genético do pai.
   E o lado genético dessas mães? Bem, elas sempre ficam naquela coisa do sobrenatural, daí o povo acreditar na mula-sem-cabeça, no curupira, no saci pererê e numa coleção de almas penadas.
   Não vai custar a aparecer saci pererê com faixa preta, dando pernada sem cair... curupira mudando a faixa do trânsito para confundir pedestres e motoristas... mula-sem-cabeça com faixa no cabelo... alma penada mandando mensagem do além através de alguma faixa do rádio... É o carnaval da orgia genética do nosso povo.
   Aí chegou a eleição. De novo, mais um pai: o Pai dos Genéricos. Só que dessa vez apareceu uma mulher querendo usar a faixa diagonal. Uma mulher que não se proclamou como mãe de coisa alguma. Até que tentaram associá-la à figura materna, mas a manobra não colou.
   No ringue do voto, a sarrafada desceu feio. Briga surrealista. Sobrou até para aborto de feto que jamais foi fecundado.
   Resultado: o pai perdeu e a mulher venceu. Virou mãe.
   Começa agora no Brasil uma gravidez de quatro anos. Tomara que os filhos daí nascidos não sejam usurpados, como tantas décadas vêm sendo, pelo pai castrador; nem abandonados ao léu por uma ilusão materna com faixa de mulher.
   O povo espera, quer nascer. O povo aguarda que a mulher com faixa olhe com atenção para uma pátria que, nesses próximos quatro anos, será mátria.
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O gênero "Narração a partir de relatos" foi debatido e , enquanto as atividades eram feitas, íamos distinguindo melhor o objetivo do Programa.A ilustração do texto nos proporcionou envolvimento,bem como a comparação com os textos exibidos a priori.

Variantes linguísticas (TIPOLOGIA DAS VARIANTES)
·        O 1º esquema foi verificado no slide .
Variável e Variantes:
Toda vez que nos deparamos com diferentes usos de um dado item lingüístico em uma sociedade, estamos diante de variantes e, quando olhamos para o conjunto destas variantes, estamos diante de uma variável;
Níveis de Variação:
Fonológico;
Morfossintático;
Discursivo.

·        O 2º esquema está com exemplos :
·        TIPOLOGIA DAS VARIÁVEIS
1-LINGUÍSTICAS
*Fonológica(tia)

*morfossintática(cantá)

*Semântica(Nossinhora-interjeição)
                     (Nossa Senhora-divindade)
*Discursiva

2-NÃO-LINGUÍSTICAS
*escolaridade
*sexo
*localização
*idade

Tipologia da variação:
Variação Diacrônica: variação verificável ao longo do tempo, produto das influências da história externa das línguas sobre sua história externa.
Ex.: Formação do Futuro do Presente do Português do Brasil
#Para ilustrar essa variação,utilizamos uma imagem de uma sentença judicial daProvíncia de Sergipe de 1833 .Foi muito bom.
Variação Diatópica: variação existente entre espaços geográficos distintos.
Ex.: Variações do sistema pronominal no Português do Brasil
Nessa exemplificação, ficamos com o que nos é mais rico:Nossa forma de falar. O mineiro...
Causo Minero

O caboquim cordô cêdo,ispriguiçô,lavô as mão na gamela,limpô uzói, sinxugô,tomô café, pegô a inxada,sivirô pra muié I falô:
- Muiééé, tô inoprotrabaio.
Quano q'êle saiu da casa,invêiz dií prá roça,ele subiu num pé di manga...
I ficô iscundidim.Di repenti pareceu um homi i foi inté upé di manga...
I nem si percebeu  q'o caboquim tava lá inrriba.Pegô u'a manga...
chupô, pegôta,I maiz ôta...,
I a muié du caboquim chegô na janela i gritô:
- Póvim, ele já foi!
Iu homi largô as manga I sinfurnô dendacasa du caboquim.O caboquim,
danade ráiva, desceu da árvre,pegô um facão i intrô na casa.
Quandele abriu a porta,ele viu o homi bebeno do seu leitim ,juntim da muié cuma mes chiqui de café da manhã .Intonsi levantô u facão e falô:
- Vai morrêêêêê, negão!!!
E num é cuhomi puxô um 38 da cintura I pontô pro caboquim falano:
- Por que eu vou morrê?
E o cabuquim:
- Uai cê chupô trêiz manga i agora tá bebeno do leitim sô...Assim cê vai morrê...Manga cum leite faiz mar, uai!!!

Variação Diastrática: variação devida às diferenças sociais entre os grupos de falantes.
Ex.: Concordância Nominal no Português do Brasil
#Aqui ,discutimos sobre status social ,as formas como se chegar a ele.A ilustração fez-se com:
Veja este texto de Patativa do Assaré, um grande poeta popular nordestino, que fala do assunto:

O Poeta da Roça
Sou fio das mata, canto da mão grossa,
Trabáio na roça, de inverno e de estio.
A minha chupana é tapada de barro,
Só fumo cigarro de paia de mío.

Sou poeta das brenha, não faço o papé
De argun menestré, ou errante cantô
Que veve vagando, com sua viola,
Cantando, pachola, à percura de amô.
Não tenho sabença, pois nunca estudei,
Apenas eu sei o meu nome assiná.
Meu pai, coitadinho! Vivia sem cobre,
E o fio do pobre não pode estudá.
Meu verso rastero, singelo e sem graça,
Não entra na praça, no rico salão,
Meu verso só entra no campo e na roça
Nas pobre paioça, da serra ao sertão.
(...)

Você acredita que a forma de falar e de escrever comprometeu a emoção transmitida por essa poesia? Patativa do Assaré era analfabeto (sua filha é quem escrevia o que ele ditava), mas sua obra atravessou o oceano e se tornou conhecida mesmo na Europa.
Variação Diamésica: variação associada ao meio em que se manifesta a linguagem.
Ex.: Diferenças verificáveis entre uma entrevista oral e uma entrevista escrita,que também pode ser percebida pelo meio e situação em que a língua está inserida.Aproveitamos um texto do AAA1 para melhor exemplificar:
                                                    
   Serviçu diprimera
Segunda coisa q eu odeio em vc
Liliana:
Eu podia começar esse e-mail dizendo q a segunda coisa q eu odeio em vc é q vc naum respondeu o e-mail q eu mandei sobre a primeira coisa...
         Ah-Ah.isso épra ser piada viu?Agora vamos ver se vc deixa de bobagem,toma jeito e responde meu e-mail.
         Viu q eu escrevi jeitodireito?Pq foi mto mal educado hoje de manhã a primeira coisa de vc me falar era q eu escrevi “jeito” e “bobajem” errado no meu e-mail.Poxa , eu falei tanta coisa sobre a gente, o jogo de futebol e a segunda –feira e vc vem me esculachar só por causa de um  jeitozinho mais sem vergonha?
        Tá bom , eu concordo q vc faz parte do “Defenda o Português”, o grupo q a profª Anita fundou.É do caramba,o pessoal q sai por aí copiando e fotografando placa errada e corrigindo. Já ri de montão com cada absurdo q vcs descobriram e colocaram no mural.(Tinha uma fotografia q era Serviçu Diprimera,na porta da borracharia.Imagino um karro com as rodas tortas , estropiadas, saindo de lá.(...)
        Mas v se naum ficam pegando no pé de todo mundo, né,Liliana!
        Pq aí, o que q pode ser engraçado vai é ficar um...(só naum escrevo palavrão pq sô educado.Mas fica mesmo, vê lá se naum fica)
       Só q nada  disso eu queria falar, sobre a segunda coisa q eu odeio em vc.
                                            Eduardo

Discutimos as questões dos slides juntamente aos textos.
 >Sobre o avançando na prática da pág. 36, discutimos a importância do gênero filme,mas deixamos a prática para o 3º encontro.Vai ser muito bom!
Finalizamos o 2º dia com a tarefa pra casa: Ampliando nossas referências Págs. 44 a 49.

É IMPORTANTE MOSTRAR QUE EM TODA UNIDADE ÍMPAR DOS TPs TEM”AMPLIANDO NOSSAS REFERÊNCIAS”

Fim da unidade 1

Abraços e até a próxima semana..





































sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Primeiríssimo Encontro- Uma proposta desafiadora

Primeiramente conheça nossa terra!!!





ABERTURA DO GESTAR II - LÍNGUA PORTUGUESA

 Iniciar a aplicação de um programa com a dimensão de propostas como o Gestar é uma responsabilidade e um prazer muito grandes.
Apesar de horários desencontrados,nós, professores de Língua Portuguesa de Lagoa Dourada , resolvemos nos organizar em dois grupos, realizando o mesmo encontro semanal em grupos de cursistas distintos. Com isso,acabamos por favorecer toda a demanda, compreendendo os profissionais da educação efetivos e contratados com turnos variados de trabalho .
Para começar nossa jornada com o pé direito , a professora tutora leu uma mensagem "Oração Celta" que despertou atenção e participação dos colegas no que tange as melhores passagens e o despertar para a  reflexão.

ORAÇÃO CELTA
“Que jamais, em tempo algum, o teu coração acalante ódio.
Que o canto da maturidade jamais asfixie a tua criança interior.
Que o teu sorriso seja sempre verdadeiro.
Que as perdas do teu caminho sejam sempre encaradas como lições de vida.
Que a música seja tua companheira de momentos secretos contigo mesmo.
Que os teus momentos de amor contenham a magia de tua alma eterna em cada beijo.
Que os teus olhos sejam dois sóis olhando a luz da vida em cada amanhecer.
Que cada dia seja um novo recomeço, onde tua alma dance na luz.
Que em cada passo teu fiquem marcas luminosas de tua passagem em cada coração.
Que em cada amigo o teu coração faça festa, que celebre o canto da amizade profunda que liga as almas afins.
Que em teus momentos de solidão e cansaço, esteja sempre presente em teu coração a lembrança de que tudo passa e se transforma, quando a alma é grande e generosa.
Que o teu coração voe contente nas asas da espiritualidade consciente, para que tu percebas a ternura invisível, tocando o centro do teu ser eterno.
Que um suave acalanto te acompanhe, na terra ou no espaço, e por onde quer que o imanente invisível leve o teu viver.
Que o teu coração sinta a presença secreta do inefável!
Que os teus pensamentos e os teus amores, o teu viver e a tua passagem pela vida, sejam sempre abençoados por aquele amor que ama sem nome.
Aquele amor que não se explica, só se sente.
Que esse amor seja o teu acalanto secreto, viajando eternamente no centro do teu ser.
Que este amor transforme os teus dramas em luz, a tua tristeza em celebração e os teus passos cansados em alegres passos de dança renovadora.
Que jamais, em tempo algum, tu esqueças da Presença que está em ti e em todos os seres.
Que o teu viver seja pleno de Paz e Luz!”
Que nosso ano de trabalho seja abençoado...
Um abraço de boas vindas a todos ao
 Programa Gestão da Aprendizagem Escolar-GESTAR  II
                 Flávia Regina/ Fevereiro de 2011

Em seguida, apresentamos slides explicando detalhadamente, o Programa Gestão Da Aprendizagem Escolar – GESTAR II , seu direcionamento, sua abrangência, seus objetivos e finalidades, a estrutura do curso e do material, currículo em rede, as etapas a serem desenvolvidas ao longo do ano tais como; desenvolvimento do projeto, aplicação das atividades em sala de aula, aplicação de auto avaliações, montagem do portfólio, participação das oficinas, estudos de casa.  
Como houve um atraso na entrega do material iniciamos o curso com Xerox da Unidade 1 do TP1 e atividades do AAA1, também da Unidade 1.

Como observar o programa Gestar? Qual é a sua filosofia?
como um segmento às ideias de Magda Soares...

"O texto como unidade de ensino / Um mesmo tema em diferentes gêneros"


1.Vídeo: Treinam H (Que objetiva vislumbrar a importância de um curso de aperfeiçoamento)
2.Assistir ao vídeo:Quem mexeu no meu queijo?(Cuja finalidade era destacar que o professor de Língua Portuguesa ,lidando sempre tão diretamente com a vivacidade da língua,não poderia se deixar levar pela facilidade de contar com velhos conceitos e antigos propósitos e ir sempre em busca do novo,sem medo e com muita vontade)

Variantes Linguísticas: dialetos e registros

Subtema: Família

·        Vídeo”Chico Bento no shopping”
·        .Observar questões linguísticas culturais(Pode passar o vídeo, incrementado à história em quadrinhos).
·        Vídeo 2(Na roça é diferente)
·        Diferenças culturais,vivências diferenciadas que interferem na variação linguística.
·        O que é certo e/ou errado?
·        Discutir variantes geográfica,etária,status
·        Dificuldade dos alunos conciliarem oral x escrita
·        Respeito à língua, mas não se esquecer de impor o que é de responsabilidade da escola.
·        Discutir a diferença com o aluno.
·        Transcrever para outro dialeto(esses atos promovem questionamentos e corrigir a fala do Chico Bento será marcar ainda mais a discriminação.
·        A variedade linguística marcante no Brasil é a do Sudeste.
·        É interessante trabalhar vídeos, filmes ou músicas para discussões do tipo:
#Em que contexto o aluno está?
#O aluno tem que ter acesso à variedade lingüística para que ele mesmo possa escolher em que ocasião usará determinado gênero. (Lembrar do exemplo do guarda-roupa: A língua é como um guarda-roupa, vale saber em que lugar eu vou, qual é a ocasião para escolher a melhor roupa).
# O que é cultura?
# Quais seriam as relações entre cultura e língua retratadas nos vídeos?
Seção 1- Língua x cultura
 
Estudo coletivo do gênero Crônica : Retrato de velho (Carlos Drummond de Andrade) pág. 14 e 15 (Variação Diacrônica)
*A variação provoca um choque de gerações(valores sociais diferentes)
*Gírias antigas
*A questão do idoso que já é complicada se choca com a dificuldade de interação com os valores da época.
Obs. Importante:
Toda vez que tiver um quadrinho azul , como na página 17 (Avançando na prática) é para se escolher e aplicar com os alunos.Não são todos, o que se adequar à matéria que você  estiver desenvolvendo com eles.
Seção 2 -Os dialetos do Português

É muito interessante criar um Atlas linguístico na sala de aula ,talvez  com os próprios prof. Cursistas .
* Com o mapa ..... norte de Minas
                           .....sul de Minas
                           .....Zona da Mata
( Os três dialetos mineiros): o falar paulista ;o falar baiano,não palatalizado no t; o falar mineiro, ciclo real até Diamantina- Ciclo do Ouro.
O que é dialeto?É algo mais arraigado, mais cultural(grupal).
E Registro , o que é? São as maneiras diferentes de falar(situação mais individualizada).
* O aluno tem que transitar entre os registros de forma múltipla.
 *Transitar num dialeto é bem mais fácil.


É muito importante fazer as escolhas corretas dos textos que serão trabalhados para que o aluno perceba efetivamente como a gramática terá importância na vida real.
Então para que ensinar e como ensinar gramática?
Fazer o que já fazemos é muito positivo...
Primeiramente ensina-se o porquê, depois partimos para as nomenclaturas .
Ex.:Quando vamos ensinar uma criança a brincar com uma bola,não iniciamos com as regras de como se joga,onde que ela deve ir primeiro. A criança joga , olha , só depois ela vai aprendendo as regras de vários jogos que podem ser feitos com a bola .
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Exploração do Gênero Conto com o texto "Ciúme " de Lygia Bojunga Nunes
 (Variação etária)
.Com este texto , trabalhamos a condição de abstração que os alunos têm dificuldade de apreender, sem deixar de contar com os vocábulos informais,distanciados da língua-padrão como as repetições, a colocação pronominal despreocupada e um sujeito bem diferente: um sujeito-monstro que prefere sempre a mais feia , a menos previnida,a menos sabida e amada: A vítima do Ciúme.
A exploração foi muito bem salientada pelos cursistas que se interessaram pelos textos e,numa grande maioria , escolheram-nos para aplicação das Lições de Casa.

Slide: Fotos que falam(exploração do gênero Foto para facilitar o processo-aprendizagem dos Substantivos Abstratos)

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Finalizamos o 1º Encontro com uma perspectiva de encontros sempre produtivos para todas nós.



quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Atividades desenvolvidas- Variação Linguística


8º ano- Poema à Língua Portuguesa
A língua portuguesa que amo tanto
Que canto enquanto encanto-me ao ouvi-la
Em cada canto é fala, é riso, é pranto
E nada há que a cale e que a repila.

É essa língua tórrida e faceira
Inebriante e meiga e doce e audaz
Que envolve e enleia a gente brasileira
E quem a utiliza é quem a faz.

É a língua dos domingos, no barzinho
A mesma das segundas, no escritório
A que fala o andrajoso, no caminho
E o cientista, no laboratório.

É a mesma língua, embora evoluída,
Que veio de outras terras com Cabral
Escrita por Caminha, foi trazida
Na descoberta do Monte Pascoal

Não há quem fale errado ou fale mal
De norte a sul, é belo o que é falado
Na língua de Brasil e Portugal.
Para julgar quem fala certo ou fala errado

Não há no mundo lei, nem haverá:
Quem faz da fala língua, é quem a fala
Gramática nenhuma a calará
Gramático nenhum irá cegá-la!

Oldney Lopes
Que nosso ano seja bastante produtivo!!!   Flávia Regina /2011

#Conversa informal:Qual é o alvo de crítica do autor e por quê?

                        Falar mal, o caminho da exclusão
         Aceitar os erros de português, valorizando os usos e costumes orais é justificável academicamente. No caso brasileiro, tornou-se questão da esfera do politicamente correto desde que Luiz Inácio Lula da Silva virou presidente da República sem deixar de tropeçar em concordâncias e regências.
         Pega mal - muito mal, aliás -­ abordar criticamente os deslizes primários de Lula na norma culta. Rebatem-se as críticas com considerações sobre o preconceito, falta de respeito com o povo, insensibilidade social. O problema é que, para o cidadão comum, não existe anistia gramatical. O mercado profissional e o ambiente educacional não perdoam.
        Goste ou não, para prosperar num emprego, o indivíduo é obrigado a falar corretamente, pelo menos sem erros vexaminosos. É algo parecido com se vestir adequadamente. Na seleção profissional, os entrevistados medem o candidato pela capacidade de articulação e expressão. É o primeiro quesito eliminatório.
      Os gramáticos mais flexíveis lançam arrazoados interessantes sobre a incorporação do falar na norma culta. Há quem aceite tudo ou quase tudo. O debate, porém, não é acadêmico: quem estuda está interessado em obter um emprego. E sabe que a flexibilidade no falar, fora do círculo dos amigos, é devastadora para quem deseja ser respeitado profissionalmente.
      Não falar bem, escorregando em normas básicas, é uma defasagem aos olhos de quem emprega e de quem aprova nos testes escolares. É tão grave na lógica do mercado quanto não lidar com códigos digitais contemporâneos. Faz parte do caminho da exclusão.
                      Gilberto Dimenstein,jornalista e membro do Conselho Editorial da Folha de S. Paulo
            Responda:
1-Você acha que existe linguagem errada?Explique.
2-Será que nosso ex-presidente Lula poderia representar uma ameaça para o ensino de língua portuguesa nas escolas do Brasil?
3-O que você sabe sobre língua culta?E qual é a sua opinião sobre o assunto?
4-A anistia gramatical existe em seu meio social?Comente.
5-O caminho da exclusão está em falar mal.Dê sua opinião minuciosa e bem pensada a respeito dessa afirmativa?
6-O texto é totalmente passível de erros ou absolutamente correto?
7-A que gênero esse texto pertence?Como você sabe?
*Veja outra opinião sobre o “acometimento de erros de Lula”:
            “Lula já cometeu mais deslizes, ainda comete alguns, que professores também cometem. FHC, que usava um registro mais formal teria, então, influenciado crianças de Norte a Sul do país. Xuxa falava tudo com X- mães e educadores ficaram preocupados, mas não houve interferência nenhuma.Não votei no Lula, não sou do PT, posso falar com tranquilidade.A linguagem é algo em constante transformação,não um apanhado de exemplos.”
(Maria Thereza F. Rocco, vice-diretora executiva da Fuvest e professora de português da USP)
1-Esse texto de opinião se aproxima ou se distancia mais de sua visão de linguagem?
2-Dê uma explicação sobre: “A linguagem é algo em constante transformação,não um apanhado de exemplos.” Essa citação pode ser encarada como uma crítica?Por quê?
LINGUAGEM E LÍNGUA
            Linguagem é uma capacidade inata que está e que vai muito além de falar ou até mesmo de se comunicar. Todo ser humano tem a linguagem em si , a capacidade de pode crescer dentro de um sistema de códigos e exprimir por meio dele seus pensamentos e sentimentos.

A língua já é diferente. Ela encontra-se dentro da linguagem.Além de ser um meio de interação social , a língua também é uma forma de identidade cultural e grupal. Falar a mesma língua de outra pessoa geralmente equivale a ter com elas muitas coisas em comum: referências culturais , esportivas , musicais , hábitos alimentares. A língua é , portanto , elemento importante da criação de uma identidade de um povo ou de um grupo social.Não é só isso .E mais além ainda dessa  identidade, a língua revela também muito do que somos afetivamente, agressivamente, na formalidade , na gentileza , na educação , individualmente.Ou seja, por mais que eu fale a mesma língua que outra pessoa ou grupo, nada tira minha identidade linguística!

QUANTAS LÍNGUAS TEMOS?
Muitas...Vejamos,a princípio, as mais conhecidas no mundo da gramática...
LÍNGUA ORAL E LÍNGUA ESCRITA
Veja o poema abaixo e tente entender um pouco mais sobre esse assunto:
Aula de Português
                                                          Carlos Drummond de Andrade

A linguagem
na ponta da língua
tão fácil de falar
e de entender.A linguagem
na superfície estrelada de letras,
sabe lá o que ela quer dizer?
Professor Carlos Góis, ele é quem sabe,
e vai desmatando
o amazonas de minha ignorância.
Figuras de gramática, equipáticas,
atropelam-me, aturdem-me, sequestram-me.
Já esqueci a língua em que comia,
em que pedia para ir lá fora,
em que levava e dava pontapé,
a língua, breve língua entrecortada
do namoro com a prima.
O português são dois; o outro, mistério.

Entendendo o texto:
1-Qual é a diferença entre linguagem e língua?
2-O que se entende por:
a-“superfície estrelada de letras”
b-“desmatando o amazonas de minha ignorância”
3-Explique:”O português são dois; o outro , mistério.”
Diferencie língua oral de língua escrita com riqueza de detalhes.


***Português é fácil de aprender porque é uma língua que se escreve exatamente como se fala.
Pois é. U purtuguêis é muinto fáciu di aprender,
purqui é uma língua qui a genti iscrevi ixatamenti cumu
si fala. Num é cumu inglêis qui dá até vontadi di ri
quandu a genti discobri cumu é qui si iscrevi algumas
palavras. Im purtuguêis não. É só prestátenção. U alemão
pur exemplu. Quê coisa mais doida? Num bate nada cum
nada. Até nu espanhol qui é parecidu, si iscrevi muinto
diferenti. Qui bom qui a minha língua é u purtuguêis.
Quem soubé falá sabi iscrevê.
(Jô Soares)

***Que intenção de Jô Soares fica evidente  neste texto?


É preciso se ater às peculiaridades da língua falada, o que somente um nativo tem conhecido aprofundado e aguçado.
            Com base nisso , veja a seguinte piada:

No guichê da Rodoviária de São Paulo, o português presta atenção na
forma como o brasileiro que está na sua frente pede uma passagem ao
vendedor:
- Aparecida, ida.
Finalmente, chega a vez de o português pedir a sua passagem.
Resoluto, certo de que aprendeu como deve proceder, ele se dirige ao
vendedor:
- Ubatuba, uba.
            Como é um texto oral fica clara a intenção do nativo da língua e fácil a possibilidade de confusão de um estrangeiro.
            *Mas , e se o texto não estiver na esfera da oralidade?E se a confusão só se desfizer mediante a escrita?

Leia o texto abaixo e responda o que é relevante com relação à língua oral e à língua escrita.
Excelentíssimo Sr. Juiz
Certa vez, ao transitar pelos corredores do fórum, fui chamado por
um dos juízes ao seu gabinete.
- Olha só que erro ortográfico grosseiro temos nesta petição.
Estampado, logo na primeira linha do petitório, lia-se:
"Esselentíssimo juiz". Gargalhando, o magistrado me perguntou:
- Por acaso esse advogado foi seu aluno na Faculdade?
- Foi sim - reconheci. Mas onde está o erro ortográfico a que o
senhor se refere ?
O juiz pareceu surpreso:
- Ora, meu caro, acaso você não sabe como se escreve a palavra
excelentíssimo?
Então expliquei-me:
- Acredito que a expressão pode significar duas coisas diferentes.
Se o colega desejava se referir a excelência dos seus serviços, o
erro ortográfico efetivamente é grosseiro. Entretanto, se fazia
alusão à morosidade da prestação jurisdicional, o equívoco reside
apenas na junção inapropriada de duas palavras. O certo então seria
dizer "esse lentíssimo juiz".
Depois disso aquele magistrado nunca mais aceitou, com
naturalidade, o tratamento de excelentíssimo juiz. Sempre pergunta:
- Devo receber a expressão como extremo de excelência ou como
superlativo de lento?
            (Texto tirado da net)

*Agora é com você:
1-O texto lido faz referência a 3 gêneros textuais distintos. Quais são eles?
2-Onde estava a confusão ocorrida no texto? Desfaça-a.
3-Qual sua opinião sobre  a capacidade de interpretação do advogado e do juiz?
4-O que você achou da atitude desse advogado?
5-Tente pense no jogo de palavras usado pelo autor e classifique quanto à classe de palavras:
a-Excelentíssimo
b-esse lentíssimo

Variação de lugar
Causo Minero

O caboquim cordô cêdo,ispriguiçô,lavô as mão na gamela,limpô uzói, sinxugô,tomô café, pegô a inxada,sivirô pra muié I falô:
- Muiééé, tô inoprotrabaio.
Quano q'êle saiu da casa,invêiz dií prá roça,ele subiu num pé di manga...
I ficô iscundidim.Di repenti pareceu um homi i foi inté upé di manga...
I nem si percebeu  q'o caboquim tava lá inrriba.Pegô u'a manga...
chupô, pegôta,I maiz ôta...,
I a muié du caboquim chegô na janela i gritô:
- Póvim, ele já foi!
Iu homi largô as manga I sinfurnô dendacasa du caboquim.O caboquim,
danade ráiva, desceu da árvre,pegô um facão i intrô na casa.
Quandele abriu a porta,ele viu o homi bebeno do seu leitim ,juntim da muié cuma mes chiqui de café da manhã .Intonsi levantô u facão e falô:
- Vai morrêêêêê, negão!!!
E num é cuhomi puxô um 38 da cintura I pontô pro caboquim falano:
- Por que eu vou morrê?
E o cabuquim:
- Uai cê chupô trêiz manga i agora tá bebeno do leitim sô...Assim cê vai morrê...Manga cum leite faiz mar, uai!!!


Dicionário paulistanês
Meu – nativo de São Paulo
Shopis – local onde os meu se encontram para compras e lazer
Chôps – bebida preferida dos meu, com o detalhe que é sempre só uma tulipa. Rara palavra paulistana com “S”.
Pastel – o que acompanha o Chôps… só que dois – “Um Chôps e dois pastel!
Mina – meu do sexo feminino
Us cara – aglomerado de meus
Guia – limite do calçamento dos meu
Marcelinho – denominação de carioca aceito pelos meu
Aeroporto – local transcendental onde os meu refletem sobre a existência de letra “S”, vendo “us avião subi e decê”.
Marginal – avenida de grande porte destinada a engarrafamentos
‘Orra, Meu!’ – normalmente, as primeiras palavras dos meu ao nascer
‘Num tô ti inteiindendo’ – expressão muito usada pelas mina para indicar que não inteiiinnnnderam nada.
Uzômi – polícia

*Aula expositiva e participativa sobre o assunto. Textos usados como exemplificação.

Variação quanto ao status social
         Uma certa tradição cultural nega a existência de determinadas variedades linguísticas dentro do país, o que acaba por rejeitar algumas manifestações linguísticas por considerá-las deficiências do usuário. Nesse sentido, vários mitos são construídos, a partir do preconceito linguístico.
Veja este texto de Patativa do Assaré, um grande poeta popular nordestino, que fala do assunto:

O Poeta da Roça
Sou fio das mata, canto da mão grossa,
Trabáio na roça, de inverno e de estio.
A minha chupana é tapada de barro,
Só fumo cigarro de paia de mío.

Sou poeta das brenha, não faço o papé
De argun menestré, ou errante cantô
Que veve vagando, com sua viola,
Cantando, pachola, à percura de amô.
Não tenho sabença, pois nunca estudei,
Apenas eu sei o meu nome assiná.
Meu pai, coitadinho! Vivia sem cobre,
E o fio do pobre não pode estudá.
Meu verso rastero, singelo e sem graça,
Não entra na praça, no rico salão,
Meu verso só entra no campo e na roça
Nas pobre paioça, da serra ao sertão.
(...)

Você acredita que a forma de falar e de escrever comprometeu a emoção transmitida por essa poesia? Patativa do Assaré era analfabeto (sua filha é quem escrevia o que ele ditava), mas sua obra atravessou o oceano e se tornou conhecida mesmo na Europa.
Pensando no texto:
1-Que tipo de preconceito fica claro na obra de Patativa do Assaré?
2-O que sua obra tem a ver com o avanço da internet?
3-Como um texto de um analfabeto pode atravessar oceanos? O que isso quer dizer?
4-O que se entende por: estio , choupana, cobre , sabença?
5-Explique , com suas palavras, o que você entendeu desse poema?


Variação quanto à idade
Retrato de velho
Tem horror a criança. Solenemente,faz queixa do bisneto, que lhe sumiu com a palha de cigarro,para vingar-se de seus ralhos intempestivos.Menino é bicho
ruim, comenta. Ao chegar a avô,era terno e até meloso, mas a idade o torna coriáceo.No trocar de roupa, atira no chão as peças usadas. Alguém as recolhe à cesta, para lavar. Ele suspeita que pretendem subtraí-las, vai à cesta,vasculha,retira o que é seu, lava-o, passa-o. Mal, naturalmente.
– Da próxima vez que ele vier, diz a nora, terei de fechar o registro, para evitar que ele desperdice água.
Espanta-se com os direitos concedidos às empregadas. Onde já se viu? Isso aqui é o paraíso das criadas. A patroa acorda cedo para despertar a cozinheira. Ele se levanta mais cedo ainda, e vai acordar a dona de casa:
– Acorda, sua mandriona, o dia já clareou!
As empregadas reagem contra a tirania, despedem-se. E sem empregadas, sua presença ainda é mais terrível.As netas adolescentes recebem amigos. Um deles, o pintor, foi acometido de mal súbito e teve de deitar-se na cama de uma das garotas. Indignação: Que pouca-vergonha é essa? Esse bandalho aí conspurcando o leito de uma virgem? Ou quem sabe se nem é mais virgem?
– Vovô, o senhor é um monstro!
E é um custo impedir que ele escaramuce o doente para fora de casa.
A senhora deixa suas filhas irem ao baile sozinhas com rapazes?Diga, a senhora deixa?
– Não vão sozinhas, vão com os rapazes.
– Pior ainda! Muito pior! A obrigação dos pais é acompanhar as filhas a tudo
quanto é festa.
– Papai, a gente nem pode entrar lá com as meninas. É coisa de brotos.
– É, não é? Pois me dá depressa o chapéu para eu ir lá dizer poucas e boas!
Não se sabe o que fazer dele. Que fim se pode dar a velhos implicantes? O jeito é
guardá-lo por três meses e deixá-lo ir para outra casa, brigado. Mais três meses, e nova
mudança, nas mesmas condições. O velho é duro:
– Vocês me deixam esbodegado, vocês são insuportáveis! – queixa-se ao sair.
Mas volta.
– Descobri que paciência é uma forma de amor – diz-me uma das
filhas, sorrindo.
                ANDRADE, Carlos Drummond de. Retrato de velho. In A bolsa & a vida. Rio de Janeiro, 1962. p. 207
1-Que tipo de narrador aparece nessa crônica?
2-Indique passagens que exemplifiquem:
a-outros personagens apresentando características do “velho”
b-atitudes e falas do velho que falam por si mesmo.
3-Que sentido faz para você os fatos estarem apresentados no passado e os verbos no presente.
4-Que sentimentos das pessoas para com esse velho ficam evidenciados no texto?
5-No texto há várias passagens de humor.Indique ,pelo menos , duas situações em que isso acontece.
6-Que intenções o autor teve ao escrever essa crônica?
7-Você sabe o que é crônica?Descreva algumas características desse gênero textual.

Variação com relação à situação em que estamos vivendo
No livro 9 cois@as que eu odeio em você, escrito por Márcia Kuptas, reúne mensagens imaginárias escritas pelos personagens criados pela autora.A ideia que Márcia TVE foi: “Depois que um adolescente começa um namoro, como seriam os e-mails que ele (a) enviaria a sua apaixonada (o)”?
            Leia abaixo a reprodução,com algumas adaptações, de uma das mensagens enviada por Eduardo a Liliana:
                                                       Serviçu diprimera
Segunda coisa q eu odeio em vc
Liliana:
Eu podia começar esse e-mail dizendo q a segunda coisa q eu odeio em vc é q vc naum respondeu o e-mail q eu mandei sobre a primeira coisa...
         Ah-Ah.isso é pra ser piada viu?Agora vamos ver se vc deixa de bobagem,toma jeito e responde meu e-mail.
         Viu q eu escrevi jeito direito?Pq foi mto mal educado hoje de manhã a primeira coisa de vc me falar era q eu escrevi “jeito” e “bobajem” errado no meu e-mail.Poxa , eu falei tanta coisa sobre a gente, o jogo de futebol e a segunda –feira e vc vem me esculachar só por causa de um  jeitozinho mais sem vergonha?
        Tá bom , eu concordo q vc faz parte do “Defenda o Português”, o grupo q a profª Anita fundou.É do caramba,o pessoal q sai por aí copiando e fotografando placa errada e corrigindo. Já ri de montão com cada absurdo q vcs descobriram e colocaram no mural.(Tinha uma fotografia q era Serviçu Diprimera,na porta da borracharia.Imagino um karro com as rodas tortas , estropiadas, saindo de lá.(...)
        Mas v se naum ficam pegando no pé de todo mundo, né,Liliana!
        Pq aí, o que q pode ser engraçado vai é ficar um...(só naum escrevo palavrão pq sô educado.Mas fica mesmo, vê lá se naum fica)
       Só q nada  disso eu queria falar, sobre a segunda coisa q eu odeio em vc.
                                            Eduardo

1-Você se corresponde ou já se correspondeu por e-mail com alguém?
2-Em caso de resposta positiva ,a o que você achou da experiência?
3-Caso numa tenha mandado um e-mail , como você acha que deve ser feito?Com que gênero textual se parece o e-mail?
4-O que mais chamou a atenção de Liliana no e-mail enviado por Eduardo?
5-Por que Eduardo reclama da atitude de Liliana?Qual trecho do texto justifica sua resposta?
6-Releia o comentário de Eduardo sobre a placa Serviçu Diprimera . O que ele imagina sobre quem usa uma placa escrita desse modo?
7-E você,o que pensa a respeita?
8-Você percebeu alguma alteração de vocábulos nesse texto? O que lhe chamou atenção? Você corrigiria? Justifique.
9-Que mensagem podemos tirar desse texto sobre o uso da nossa língua portuguesa?
10-Imagine que , ao enviar a resposta para Liliana, Eduardo enganou-se e encaminhou-a para você.Em vez de simplesmente desconsiderar a mensagem , você resolveu entrar na conversa.
Responda ao e-mail de Eduardo.
Como não será possível enviar a mensagem para os personagens,você e seus colegas farão a troca e a análise dos comentários entre vocês .Lembre-se de não se esquecer de que o mais importante em uma mensagem é ser claro naquilo que se quer dizer.

Produção de texto nas mesmas turmas.
Assistir ao vídeo:
*Chico Bento no shopping
*Assistir ao PPS: dicionário mineirês-português
Objetivo:
Fazer um apanhado de , no mínimo, 10 palavras e/ou expressões (individualmente)  para montarem , na próxima aula , em grupos, os dicionários:

Antiguês/ Jovês/ Girês/ Internetês/ minirês/paulistanês/ gauchês



                                                      







*Para finalizar a aplicação das lições de casa, desenvolvimento do Avançando na prática das págs. 36 a 40.
*Assistir ao filme “O Bem Amado”
*Estudo do trecho:
Mestre Ambrósio – Vamos molhar um pouco a goela na venda de seu Dermeval,
Zelão.
Zelão – É bom.
Dermeval (indicando o defunto) – Mestre Leonel?
Mestre Ambrósio – É, embarcou, coitado.
Dermeval (Dirige-se à venda.) – No mar?
Mestre Ambrósio – Qui-o-quê. Janaína quis saber dele não. Esticou em
terra mesmo.
Zelão – É-de-hoje que não entrava num saveiro. Mal agüentava com um caniço.
Quase cem anos no costado, sabe como é.
Mestre Ambrósio – Tava que nem saveiro velho, cheio de ostra pelo casco,
fazendo água por todo lado. Precisava mesmo ir pro estaleiro.
Dermeval – Também entornava um bocado.
Mestre Ambrósio – Pra esquecer. Sabe o que é um mestre de saveiro respeitado
como ele foi chegar ao fim da vida tendo quase que pedir esmola?
Zelão – A gente dava para ele as sobras da pescaria: pititinga, chicharro,
peixe miúdo.
Meste Abrósio – Morreu sem ter dinheiro nem pro caixão.
Dermeval – Tinha parente não?
Mestre Ambrósio – Ter, tinha. Botou um bocado de filho no mundo, o falecido,
que a terra lhe seja leve. Mas tudo levantou âncora. Uns foram pra Salvador, outros
pra São Paulo. Por aqui só aparecia mesmo, de vez em quando, a filha mais nova.
Uma que caiu na vida.
Zelão – E que pedaço de mau caminho, seu mano! Tenho uma sede nela!
Mestre Ambrósio – Oxente, Zelão, respeita o defunto!
GOMES, Dias. O Bem-Amado. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1998. p.14-15.
Atividades:
1-Fazer um folder literário, contendo os seguintes passos:

Autor
Editora
Ambiente
Personagens
Protagonista
Antagonista
Acontecimentos importantes
Clímax
Desfecho
Resumo
Ilustração




2-Dramatização improvisada

3-Interpretação



INTERPRETAÇÃO  DO  FILME : O BEM – AMADO (8º  ANO)
Estudante:_____________________________________
Turma:_________  L.PORTUGUESA     Boa  Sorte !!!
1-O que Odorico Paraguaçu objetivava em seu governo?Por quê?Que artimanhas fez para atingir ideais?
2-Por que Odorico inventava tanta palavras como: “apenasmente, difuntice, valentoso, prafrentemente”, etc...?Você acha que ele tinha alguma finalidade com isso?Comente.
3-Que problemas sociais foram retratados no filme?
4-Estudamos quatro tipos de variação linguística: uma que mostra uma variação pelo status social, uma relativa ao lugar onde mora o falante, outra pela situação em que estamos e outra referente ao tempo(idade).Veja as passagens do filme e diga a que variação se refere:
a-“Um cemitério em que se planta macaxeira não é cemitério.É uma plantação de macaxeira.”
-------------------------------------------------------------------------------------

b-“O patrão, o empregado,
o analfabeto e o doutor..
(...)Quem vê o lado do pobre
Não esquece do rico
Se é pro bem do povo
Diga ao povo que fico.
Eu fico é com o Odorico”

-------------------------------------------------------------------------------------
c-“Carcará, lá no Sertão,é um bicho que avoa com os pés no chão...”
--------------------------------------------------------------------------------------
d- “O assunto é top secret..”  
“Seu Dirceu e seus borboleteamentos...”
--------------------------------------------------------------------------------------
e-“Ele não vale mil cruzeiros”,”Deito por uns trocados”.
5-Como o jornal A Trombeta conseguiu interferir no arrecadamento de lucros de prefeitura?
6-O que se entende pela expressão dita por Odorico: “recesso necrofílico”?
7-Explique a diferença entre as expressões nos contextos diferentes:
a-“Esses comunistas não vão cassar meu mandato.”
“Vá caçar borboletas ,seu Dirceu!”
b-“O Sr. receberá o primo Ernesto com todas as excelências, não?”
“Vossa Excelência , Sr. prefeito, contribuiu para o avanço de Sucupira.”



 Tabela para Jogo da Memória(Revisão de Classes de Palavras)
         Encontre as melhores duplas no jogo abaixo.Recorte e cole as duplas em seu caderno.Seja paciente e atencioso.Você conseguirá facilmente...(Dica:são 26 pares)
Subst. Próprio

Pronome possessivo
Numeral ordinal
Substantivo composto
O,a,os,as

escreveu
escreve
Verbo de ação
Vossa Excelência

Três décimos
Verbos de estado
Numeral cardinal
esperto

alguém
Pronome de Tratamento
Eu,tu,ele,nós,vós,eles
Artigos definidos

brasileiro
chover
Subst. comum
Um,uma,uns,umas

Este,essa,aquele
Pronome indefinido
Mil e cem
Fenômeno da natureza
batalhão
Numeral fracionário
Subst. Derivado de dente
dobro

Pronome demonstrativo
Brasil
Verbo no presente
Beija- flor

Quem?Que?
atenção
Pronome interrogativo
caneta

Ser,estar
Pronome(s) pessoal(is)
Verbo no passado
Adjetivo pátrio

Artigos indefinidos
Subst. Abstrato
Subst. Coletivo
Numeral multiplicativo
Verbo no futuro
oitavo
escreverá
escrever

Meu,nosso,sua,seu
Adjetivo
dentadura
CRUZANDO AS CLASSES DE PALAVRAS

1-Em nossa língua não há espaço nem para um pequeno preconceito.(adj.)
2-Era uma só língua, porém com muitas variedades.(conjunção)
3-Estudar não são só flores,mas os espinhos nos ensinam muito.(subst.)
4-Posso variar de acordo com o lugar onde moro?(subst.)
5-Variar não é ilusão.Existe mesmo!(subst.)
6-Esse assunto não pode passar em brancas nuvens.(adj.)
7-Aquela forma diferente de falar deve ser respeitada.(pron. demonstrativo)
8-Hoje , não há falares límpidos.(adj.)
9-Falante que respeita a língua do outro mostra brava sabedoria.(adj.)
10-A escola ajuda ao esclarecer sobre a variação.(subst.)
11-Quem , afinal, está por dentro da matéria?(verbo)
12-A língua portuguesa brilhava em sua riqueza cultural.(verbo)
13-É preciso observar para poder entender.(preposição)
14-É preciso compreender para aceitar falares assim.(advérbio)
15- Não entenderia a história por causa da variação?(verbo)
16-Agora posso ser falante completamente seguro.(advérbio)
17-Finalmente é preciso aprender a respeitar.(advérbio)
18-Os estudos gramaticais também são importantes.(artigo)
19-Falantes não respeitam outros jeitos de expressar.(pron. Indefinido)
20-O senhor compreendeu a variação oral e escrita?(pron. de tratamento – abrev.)
21-Meu entendimento se abria para novo horizonte.(verbo)
22-Minha Língua Portuguesa sorriu de contentamento.(verbo)
23-Entender a variedade linguística me deixa feliz.(adjetivo)
24-Saber que existe variação de lugar é coisa maravilhosa.(adjetivo)
25-Minha cultura linguística enriquece o Brasil.(pron. possessivo)
26-O homem branco do passado só conhecia o Português de Portugal.(adj.)
27-Estudamos sobre a variação, mas entendemos tudo sobre ela?(conjunção)
28-Sei bastante da minha língua materna.(preposição)
29-O mineiro fala diferente do nordestino , pois mora longe dele.(advérbio)
30-É uma época de adaptar minha língua à melhor ocasião.(artigo)
31-A linguagem é algo que vem de você.(preposição)
32-Nós precisamos observar os detalhes para interpretar melhor.(pron.pessoal)
33-Contava a história numa gíria difícil.(adjetivo)
34-O português é como uma árvore: repleto de ramificações.(substantivo)


A cruzadinha foi reproduzida em estêncil.