terça-feira, 17 de maio de 2011

E O TP3? COMO FOI?

RELATÓRIO DO REPASSE DO TP3

Olá, pessoal! Estamos de volta com mais uma edição do Gestar.Agora é sobre o repasse do TP3. Iniciamos o segundo módulo, referente ao conteúdo do TP3, em um encontro de 8 horas no dia 16 de abril.Em sábado,véspera de Semana Santa, estávamos nós, a turma da Língua Portuguesa concentradíssimas nos debates a respeito dos gêneros e das tipologias textuais.
Nosso momento inaugural foi realizado com um slide , intitulado "A pedagogia do Amor", com objetivo de motivação. Após uma reflexão sobre ele,uma dinâmica sobre como o curso do TP1 e TP2 tinha se refletido em suas didáticas. Foi muito bom! A ideia era cada cursista acender um fósforo e partirmos para o Acolhimento:
Diga um aspecto positivo do Gestar até aqui.
Diga um aspecto negativo.
O que eu pude fazer para minimizar alguma dificuldade encontrada?
Qual é o aspecto que pode ser aperfeiçoado?

Somente enquanto o fósforo estivesse aceso, a participação era permitida. Entretanto, mesmo com a instrução, todas as professoras continuavam a dar opiniões relevantes e positivas do módulo 1. Como isso estava fora do combinado, perguntei a elas por que continuavam a falar se já não havia mais luz. Percebi que o lado melhor da propostar do Gestar estava presente na vida docente de todas e fiquei imensamente satisfeita. Só veio confirmar a moral da dinâmica: Apesar de todas as dificuldades que temos pelo caminho, mesmo que não vejamos uma luz ou não tenhamos uma força em nós, o que vale é persistir, é continuar. E foi o que todas fizeram!
Todo o encontro foi planejado em slides no Power Point, fato que facilitou nosso tempo, as discussões, a realização de atividades em grupo e individuais e as apresentações.


Unidade 9-Gêneros textuais: do intuitivo ao sistematizado
A intuição é relevante, mas a sistematização é urgente. É o nosso papel enquanto escola.

Questão controversa: Para caracterizar o gênero, só observar suas características não é o bastante. Outras situações mais importantes devem ser cuidadosamente observadas:
1.Suporte 2.Público leitor 3.Objetivo comunicativo daquele texto em particular 4.Objetivo comunicativo daquele gênero 5.Características individuais (autor, tipo de obra)

Sempre, sempre questionar: Se parece com... O título parece demonstrar... A ilustração tende para... Quis convencer? Quis argumentar? Quis impor?
As características que definem o gênero textual vão muito além do aspecto físico, estético. Veja:


Os Estatutos do Homem
(Ato Institucional Permanente)
A Carlos Heitor Cony


Artigo I
Fica decretado que agora vale a verdade.
agora vale a vida,
e de mãos dadas,
marcharemos todos pela vida verdadeira.

Artigo II
Fica decretado que todos os dias da semana,
inclusive as terças-feiras mais cinzentas,
têm direito a converter-se em manhãs de domingo.

Artigo III
Fica decretado que, a partir deste instante,
haverá girassóis em todas as janelas,
que os girassóis terão direito
a abrir-se dentro da sombra;
e que as janelas devem permanecer, o dia inteiro,
abertas para o verde onde cresce a esperança.

Artigo IV
Fica decretado que o homem
não precisará nunca mais
duvidar do homem.
Que o homem confiará no homem
como a palmeira confia no vento,
como o vento confia no ar,
como o ar confia no campo azul do céu.

Parágrafo único:
O homem, confiará no homem
como um menino confia em outro menino.

Artigo V
Fica decretado que os homens
estão livres do jugo da mentira.
Nunca mais será preciso usar
a couraça do silêncio
nem a armadura de palavras.
O homem se sentará à mesa
com seu olhar limpo
porque a verdade passará a ser servida
antes da sobremesa.

Artigo VI
Fica estabelecida, durante dez séculos,
a prática sonhada pelo profeta Isaías,
e o lobo e o cordeiro pastarão juntos
e a comida de ambos terá o mesmo gosto de aurora.

Artigo VII
Por decreto irrevogável fica estabelecido
o reinado permanente da justiça e da claridade,
e a alegria será uma bandeira generosa
para sempre desfraldada na alma do povo.

Artigo VIII
Fica decretado que a maior dor
sempre foi e será sempre
não poder dar-se amor a quem se ama
e saber que é a água
que dá à planta o milagre da flor.

Artigo IX
Fica permitido que o pão de cada dia
tenha no homem o sinal de seu suor.
Mas que sobretudo tenha
sempre o quente sabor da ternura.

Artigo X
Fica permitido a qualquer pessoa,
qualquer hora da vida,
uso do traje branco.

Artigo XI
Fica decretado, por definição,
que o homem é um animal que ama
e que por isso é belo,
muito mais belo que a estrela da manhã.

Artigo XII
Decreta-se que nada será obrigado
nem proibido,
tudo será permitido,
inclusive brincar com os rinocerontes
e caminhar pelas tardes
com uma imensa begônia na lapela.

Parágrafo único:
Só uma coisa fica proibida:
amar sem amor.

Artigo XIII
Fica decretado que o dinheiro
não poderá nunca mais comprar
o sol das manhãs vindouras.
Expulso do grande baú do medo,
o dinheiro se transformará em uma espada fraternal
para defender o direito de cantar
e a festa do dia que chegou.

Artigo Final.
Fica proibido o uso da palavra liberdade,
a qual será suprimida dos dicionários
e do pântano enganoso das bocas.
A partir deste instante
a liberdade será algo vivo e transparente
como um fogo ou um rio,
e a sua morada será sempre
o coração do homem.

Com definir o gênero? Artigo de lei? Será? Veremos daqui a pouco.


 Estudo das páginas 19 a 23 e resumo da pág. 25

Relação entre discurso, gênero e texto
Discurso

Gênero

Texto

(Adaptado de Antónia Coutinho, 2004, p. 32 apud Marcuschi, 2008, p. 84)

É como uma escadinha: Primeiramente, percebe-se a situação discursiva para se pensar no gênero e finalmente, produzir. Daí, é produção, O caminho inverso, quando percorrido é interpretação.

 Estudando os suportes textuais

SUPORTES CONVENCIONAIS E INCIDENTAIS
No trabalho com gêneros, o suporte é algo muito importante para que o gênero faça sentido .

Suporte, o que é?
O suporte de um gênero é o locus físico ou virtual com formato específico que serve de base ou ambiente de fixação do gênero materializado como texto.

SUPORTES CONVENCIONAIS
Livro, revistas, site, jornal, rádio, tv, telefone, quadro de avisos, outdoor, encarte, folder, faixas...

SUPORTES INCIDENTAIS
Embalagem,frase de para-choque, roupas,corpo humano, muros, parada de ônibus, recado no contra-cheque, escrever na árvore, homem propaganda...

Desmistificando conceitos
Internet é suporte?
E- mail é suporte?

NÃO...Nem de gênero o e-mail pode ser chamado.
O e-mail e a internet nada mais são que serviços , assim como o correio.

Pode-se estabelecer a seguinte cadeia:
Carta pessoal(gênero)_papel-carta(suporte)_correio(serviço de transporte).

Exemplos de serviço com função comunicativa:
Correio, e-mail, site,blog, homepage, facebook,orkut.

 Leitura:Ampliando nossas referências, Págs. 45 e 46( Formação de grupos para conclusão de Linguagem Literária, Linguagem gráfica e Interpretação.




Unidade 10
 Diferenças entre texto literário e não-literário.(pág.60)
 Avançando na prática - ¨4 a 67
 Cordel( Avançando na Prática-84 a 86)-Apresentação e interpretação







PAUSA PARA O LANCHINHO.....
VEJA SÓ...

NÃO FAÇAM BAGUNÇA HEIN,ISABELA E REGINA!






Unidade 11
 Estudo da tipologia textual
 Slide: Sequências tipológicas e gêneros(debate)

TP3- Sequências tipológicas e gêneros
Como trabalhar com alguns objetivos comunicativos e incontáveis gêneros?

PRIMEIRAMENTE...
A proposta se organiza a partir dos seguintes tópicos:

1. Da concepção de aprendizagem
2. Da concepção de linguagem e ensino de Língua Portuguesa
3. Gêneros textuais e ensino
4. Alfabetização e letramento: revendo conceitos
5. Eixos organizadores do ensino de Língua Portuguesa no ensino fundamental
6. Sugestões de progressão didática de gêneros textuais – uma abordagem em espiral.

É necessário que, ao longo de 2011 e a partir de 2012, todos os educadores se reconheçam, durante a aplicação e avaliação desta proposta, como importantes interlocutores nesse processo de construção coletiva.

O sujeito aprendiz da língua é um agente social e historicamente situado, que usa a língua (oral ou escrita) para atender a demandas comunicativas. Ocupa lugares e papéis sociais, a partir dos quais produz e interpreta discursos.

Objetivos do ensino de LP
Dentre os objetivos gerais estabelecidos para o ensino de Língua Portuguesa no ensino fundamental, figura o de “[...] compreender os textos orais e escritos com os quais [os alunos] se defrontam em diferentes situações de participação social, interpretando-os corretamente e inferindo as intenções de quem os produz [...]” (BRASIL, 1997, p.41). Além disso, os alunos devem ser capazes de produzir textos orais e escritos adequados às mais diversas situações de interação social. A própria noção de gênero está intrinsecamente ligada às necessidades socioculturais.

O QUE SÃO GÊNEROS TEXTUAIS?
Segundo Marcuschi (2008), gêneros textuais são entidades sociodiscursivas e formas de ação social indispensáveis em quaisquer situações comunicativas.
De acordo com Bakhtin (2003), os gêneros textuais, que tornam a comunicação humana possível, caracterizam-se por apresentarem tema, organização composicional e estilo específicos e podem ser facilmente reconhecidos nos usos sociais da linguagem.

Marcuschi (2008, p.155):
Gênero textual refere os textos materializados em situações comunicativas recorrentes. Os gêneros textuais são os textos que encontramos em nossa vida diária e que apresentam padrões sociocomunicativos característicos definidos por composições funcionais, objetivos enunciativos e estilos concretamente realizados na integração de forças históricas, sociais, institucionais e técnicas. [...] Alguns exemplos de gêneros textuais seriam: telefonema, sermão, carta comercial, carta pessoal, romance, bilhete, reportagem jornalística, aula expositiva, reunião de condomínio, notícia jornalística, horóscopo, receita culinária, bula de remédio, lista de compras, cardápio de restaurante, instruções de uso, outdoor, inquérito policial, resenha, edital de concurso, piada, conversação espontânea, conferência, carta eletrônica, bate-papo por computador, aulas virtuais e assim por diante.


Tipos textuais, sequência tipológica?
Ou objetivo comunicativo?

Os tipos textuais - ou sequências textuais - se definem por sua natureza linguística e são tomados como formas de codificação linguística dos gêneros textuais. Isso significa dizer que os tipos textuais, por si, não se realizam como textos, mas os constituem, através de escolhas lexicais, de tempos verbais, de mecanismos de coesão e coerência textuais, etc. Enquanto os gêneros textuais são em número infinito, a designação dos tipos textuais, ou sequências textuais, se limita a um número bem menor: narração, exposição/explicação, argumentação, descrição, injunção (instrução).
Diferencie e use:

TIPOLOGIA TEXTUAL OU TIPOS
São em número limitado: narrar, expor, argumentar, descrever, instruir, poetar.

GÊNEROS TEXTUAIS
São em número ilimitado, uma vez que sua existência está sujeita a demandas socioculturais e comunicativas: romance, conto, piada, artigo de opinião, editorial, manual de instrução, e-mail, artigo científico, resenha, etc.

Tipologia aliada ao gênero
Narrar

Mimese da ação através da criação da intriga no domínio verossímil.


Conto maravilhoso
Conto de fadas
Fábula
Lenda
Narrativa de aventura
Narrativa de ficção científica
Narrativa de enigma
Narrativa mítica
Sketch ou história engraçada
Biografia romanceada
Novela fantástica
Conto
Crônica Literária
Adivinha
Piada

2º objetivo comunicativo
Relatar
Representação pelo discurso de experiências vividas, situadas no tempo.


Relato de experiência vivida
Relato de uma viagem
Diário íntimo
Testemunho
Anedota ou caso
Autobiografia
Curriculum vitae
Notícia
Reportagem
Crônica social
Crônica esportiva
Histórico
Relato histórico
Ensaio ou perfil biográfico
Biografia

3º objetivo comunicativo
Argumentar
Sustentação, refutação e negociação de tomada de posição.


Textos de opinião
Diálogo argumentativo
Carta de leitor
Carta de reclamação
Carta de solicitação
Deliberação informal
Debate regrado
Assembleia
Discurso de defesa (Advocacia)
Discurso de acusação (Advocacia)
Resenha crítica
Artigos de opinião ou assinados
Editorial
Ensaio

4º objetivo comunicativo
Expor
Apresentação textual de diferentes formas dos saberes.

Texto expositivo (em livro didático)
Exposição oral
Seminário
Conferência
Comunicação oral
Palestra
Entrevista de especialista
Verbete
Artigo enciclopédico
Texto explicativo
Tomada de notas
Resumo de textos expositivos e explicativos
Resenha
Relatório científico
Relatório oral de experiência

5º objetivo comunicativo
Instruir,
prescrever (injunção)
Volta-se à injunção, prescrição.Está no domínio da comunicação.

Instruções de montagem
Receita
Regulamento
Regras de jogo
Instruções de uso
Comandos diversos
Horóscopos

6º objetivo comunicativo
Poetar

Contextualizado no domínio social da cultura literária. Caracteriza-se pela criação subjetiva , intimista e lírica.
Pode ser considerado uma das sequências tipológicas e pode abarcar muitos outros gêneros que se enquadrem em textos literários.


Unidade 12
 Slide: Intergenericidade 2
 Heterogeneidade tipológica
 Estudo dos textos: Final Feliz (Koch)
 Textos xerocados de Ingedore Koch e de Marcuschi sobre os temas da unidade

INTERGENERICIDADE OU HIBRIDISMO TEXTUAL II
Para se trabalhar com a intergenericidade o melhor é optar por estruturas já cristalizadas como:

Bula, Classificados, Receitas...
Vejamos alguns exemplos práticos:

“Tirinha” que apareceu em quase todos os periódicos semanais e jornais diários por ocasião da despedida do autor de Snoopy.
Caros amigos,
Tive o prazer de desenhar Charlie Brown e sua turma durante quase cinquenta anos.Foi a realização de meu sonho de infância.
Infelizmente não posso mais dedicar o tempo exigido por quadrinhos diários.
Por isso, anuncio minha aposentadoria.
Tive a satisfação de contar em todos esses anos com a lealdade de nossos editores e com o amor e apoio maravilhoso transmitidos pelos fãs de meus quadrinhos.
Charlie Brown, Snoopy, Linus,Lucy,... Como esquecê-los...
Schulz

Trata-se de uma tirinha?Uma carta pessoal?
A questão central não é a nomeação de gêneros, mas a sua identificação, pois é comum burlarmos o cânon de um gênero fazendo uma mescla de funções. Entretanto, uso a estrutura para basear meu gênero. Neste caso, a função fala mais alto que a estrutura.

TELEGRAMA
<>
----------------------------------------------
Vá arranjando a sua desculpa pra não perder o Feirão Flex Fiat.


O gênero telegrama na função do gênero anúncio. A última parte é a sinalização disso.Intergenericidade você já entendeu...
E agora, você já deve ter ouvido falar em HETEROGENEIDADE TIPOLÓGICA .
Será que tem algo a ver com o que estamos estudando agora?

DIFERENÇAS ENTRE OS TERMOS:
Intergenericidade=Hibridização:
Fenômeno segundo o qual um gênero pode assumir a forma de outro gênero,tendo em vista um propósito comunicativo distinto do original.

Heterogeneidade tipológica:
É a presença de vários tipos textuais ou objetivos comunicativos de um mesmo gênero. Acontece com muitos gêneros até engessados.

Atividade final
Cada dupla produzirá um gênero com determinado objetivo comunicativo para apresentação no próximo encontro.
Eis os textos produzidos para o encerramento doTP3...






Até o próximo encontro no TP4. Abração...



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