domingo, 8 de maio de 2011

Relatório do último encontro referente ao TP2

Em doze de abril, realizamos o último encontro referente às unidades 7 e 8 do TP2. O encontro baseou-se em slides sobre o conteúdo de coesão e coerência textual, arte e figuras de linguagem. A ênfase deu-se nessas unidades, visto que no próximo dia 19 estaríamos visitando o MAO (Museu de Artes e Ofícios) em Belo Horizonte , perfazendo, então, o conteúdo de Artes de forma mais concreta.
Nesse encontro com as cursistas,inicialmente, exploramos oconteúdo de organização de frases num só período.
Sobre os textos estudados,as atividades escritas foram feitas pelos professores e variadas formas de verificar a proposta ocorreram.
PÀGINA 59-Atividade 8




A macaca levanta carinhosamente o rosto de seu filhote.
A macaca beija o macaquinho.
O filhote corresponde o amor materno.


Como reunir as orações em um só período?
Atividade para ajudar os alunos a evitar repetições e introduzir elementos coesivos...
Uma possibilidade seria: Levantando carinhosamente o rosto de seu filhote,o macaca beija o macaquinho que, emocionado, retribui o beijo maternal.

Mas nem sempre é interessante retirar as repetições.Veja o próximo exemplo.

Atvidade 10 pág. 61

A professora pede aos alunos que escrevam uma redação sobre pobreza. Na sala há uma menina riquíssima mas muito boazinha. Então ela faz uma redação que começa assim:
“Era uma vez uma família que morava numa casa muito pobre. E todos naquela casa
eram pobres: o pai era pobre, a mãe era pobre, as crianças eram pobres, o mordomo era pobre, o chofer era pobre, o jardineiro era pobre…”

ZIRALDO. O livro do riso do Menino Maluquinho.
São Paulo: Melhoramentos, 2000. p.53

A – Nessa anedota, está subentendida uma crítica à “forma de ensinar” da professora.
Qual é a crítica? Você concorda com ela?
B – O que há de divertido nessa anedota?
C – Observe o período: “Na sala há uma menina riquíssima mas muito boazinha”. Que
(pre)conceito o narrador evidencia, com relação aos ricos? Que recurso lingüístico revela isso?
D – O texto da menina está baseado na repetição, com a qual ela procura descrever a
“pobreza” da família.
a) Escreva abaixo uma oração com sujeito composto que evite tal repetição.
b) A oração criada acima é mais ou menos apropriada para criar o humor da anedota?
Justifique.
No caso da anedota, a tentativa de evitar a repetição seria um desastre. Não caberia
pedir ao aluno, numa situação como essa, que fizesse os cortes. Não valeria dizer que Ziraldo pode, porque é artista, e o aluno não pode, porque está aprendendo. O que vale é:
a situação permite (ou até pede) esse ou aquele procedimento.
Como você pôde experimentar, o período composto por várias orações trabalha com
muitas informações que apresentam correlações, o que torna sua estrutura mais complexa,exigindo um trabalho no sentido da coesão, do texto.

(A anedota é texto que quebra expectativa, por isso é recurso interessante para se trabalhar em sala de aula).
E quanto as repetições, se fizermos um trabalho de reescrita para evitarmos as expressões já mencionadas, seria exercíco relevante? Teria o mesmo humor?

O ALUNO IDEAL


Pesquisas foram feitas recentemente sobre o que se considera ser o aluno ideal. As
pesquisas foram feitas entre professores do Ensino Fundamental.
Tais professores revelaram que o aluno ideal é tranqüilo, afável, ordeiro,obediente e limpo.
É fácil sintetizar os dados da pesquisa. Os professores parecem achar ideal a criança facilmente controlável.
Pesquisas semelhantes foram feitas entre as chefias de hospitais psiquiátricos. Foram obtidos resultados também parecidos. Nesses hospitais, os bons pacientes
são considerados os que permitem a passagem tranqüila e “em ordem” de um plantão para outro.
Os avanços dos estudos psicológicos invadem as salas de aula. Os professores parecem aceitar melhor as mudanças de ordem puramente intelectual do que as comportamentais.
Os professores nem sempre declaram sua opinião sobre o comportamento diferente
ou agressivo de seus alunos. O comportamento diferente ou agressivo continua sendo
considerado uma espécie de abacaxi, difícil de descascar.

Quanta repetição não? Vamos tentar uma reescrita?


Pesquisas que foram feitas entre professores do Ensino Fundamental revelaram o que eles consideram o aluno ideal: o tranquilo, afável, ordeiro, obediente e limpo.
Em síntese, os professores parecem achar que a criança ideal é a que é facilmente controlável.
Resultados parecidos foram obtidos entre as chefias de hospitais psiquiátricos, para as quais os bons pacientes são os que permitem a passagem tranquila e “em ordem” de um plantão para outro.
Apesar da invasão da sala de aula pelos avanços dos estudos psicológicos, os professores parecem aceitar melhor as mudanças de ordem puramente intelectual do que as comportamentais.
A opinião dos professores, ainda que não declarada, é a de que o comportamento diferente ou agressivo continua sendo um abacaxi, difícil de descascar.
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A expressividade da linguagem cotidiana
Unidade 8- TP2

Serão de junho
Ouve: – alguém bateu na porta...
Janelas brilham no escuro.
Cada casa é uma estrelinha.
Cada estrela é uma família.

E o minuano, pobre diabo,
que não quer ficar no escuro,
bate, bate, empurra a porta,
praguejando como um doido:
– Pelo amor de Deus, eu quero
a esmola rubra do fogo!
Mas ninguém abre ao minuano.

Mas ninguém abre ao minuano.
Que noite fria lá fora...
Cada casa é uma estrelinha.
Há mais estrelas na terra
do que no céu, Deus do céu!
Lá fora que noite fria ...

E o minuano, pobre diabo,
andando sempre, andarengo,
para enganar a miséria,
geme e dança pela rua
enquanto assovia - chora,
e enquanto chora - assovia.
MEYER, Augusto. Poesias. Rio de Janeiro: 1957, p.18.

Atividade 7
A) Podemos perceber três vozes diferentes nesse poema. Indique quais são elas. Justifique.
B) Por causa dessas vozes, de onde "vemos" a cena? Justifique.
C) Que características o minuano apresenta, no poema?
D) Como é sugerida a força do vento?
E) Transcreva abaixo a comparação que aparece no poema e justifique o paralelo entre os elementos comparados.
F) Identifique no poema:
a) uma sequência de metáforas:
b) um pensamento exagerado:
c) uma sequência de ações ou atitudes opostas:

Elementos sonoros e sintáticos de expressividade

Atividade 9
A) Que sons se repetem nesses versos?
B) Qual a posição desses sons, nessas palavras?
C) Leia em voz alta esses dois versos. Que parte da boca você usou claramente para pronunciar esses sons?
Resumindo (pág. 123)
O texto literário não se caracteriza pela simples presença de uma figura. Na realidade, ele se constrói numa costura de figuras e outros recursos, para criar sua condição estética.A metáfora e a comparação abarcam muitas outras figuras.Por isso, podemos dizer que dentro das metáfora há outras figuras de linguagem ,o que pode provocar alguma dificuldade.
Algumas figuras ligadas à metáfora são:
– personificação: atribui características humanas a objetos e animais.
– hipérbole: constitui um exagero de expressão.
– antítese: constrói-se de idéias opostas.
– ironia: baseia-se na apresentação de uma posição por meio de seu contrário.


Leia um trecho de “Cidades Mortas” de Monteiro Lobato
A cidadezinha onde moro lembra soldado que fraquejasse na marcha e, não podendo acompanhar o batalhão, à beira do caminho se deixasse ficar, exausto e só, com os olhos saudosos pousados na nuvem de poeira erguida além. [...]
Atraídos pelas terras novas, de ferocidade sedutora, abandonaram-na seus filhos. Só permaneceram os de vontade anemiada, débeis, faquirianos. “Mesmeiros”, que todos os dias fazem as mesmas coisas, dormem o mesmo sono, sonham os mesmos sonhos, comem as mesmas comidas, comentam os mesmos assuntos, esperam o mesmo correio, gabam a passada prosperidade, lamuriam do presente e pitam - pitam longos cigarrões de palha, matadores do tempo.
LOBATO, M. A vida em Oblivion. In Cidades mortas. 12.ed. São Paulo : Brasiliense, 1965, p.5-6.
Atividade 11
A) Para caracterizar a cidadezinha, o narrador faz uma comparação.
a) Qual é a palavra que serve de elo entre os elementos comparados?
b) Que semelhanças há entre os elementos comparados?
B) Por meio de que recursos o narrador sugere, no primeiro parágrafo, que as outras
cidades progrediram?
C) Que características dos moradores da cidadezinha são destacadas pelo narrador?
D) O autor usa dois aumentativos para se referir aos cigarros da cidadezinha.
a) Que efeito de sentido se consegue com os dois aumentativos?
b) Esses aumentativos têm relação com outra expressão do texto. Qual é?
E) A última frase, bastante longa, do texto se baseia na repetição, tanto de palavras, como de estruturas.
a) Qual o efeito das repetições, sobretudo na frase longa?
b) Tais repetições estão relacionadas com um neologismo criado no texto. Qual é?

Gêneros para se trabalhar ONOMATOPEIA:
Histórias em quadrinhos
Conversa gravada de crianças
Resumindo
Nesta unidade, procuramos mostrar que todos nós fazemos uso de muitas figuras
de linguagem, embora isso não nos inscreva no rol dos literatos, os artistas da palavra. Na linguagem literária, vários elementos concorrem para gerar um texto de caráter estético, e um deles certamente é o uso de figuras, mas não o único.


Abraços e até a postagem da visita ao MAO em BH!

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